O Exorcista - William Peter Blatty

“– Alguma vez você já pensou em morrer?
– Como foi que você...
– Em morrer – repetiu, interrompendo-o. – Já pensou nisso Burke? No que isso significa? Quero dizer, no que significa mesmo?”

“– (...) Já estou tendo problema pessoais. De dúvidas, quero dizer.
– E qual a pessoa que raciocina que está livre de dúvidas, Damien?”

“Mais baseado na lógica do que no silêncio de Deus. No mundo havia o mal. E grande parte dele provinha da dúvida: de uma confusão sincera entre os homens de boa vontade. Um Deus justo se recusaria a acabar com ela? A não se manifestar? A não falar?”

“O mundo... o mundo inteiro... está sendo vítima de um esgotamento nervoso em massa. Todos. O mundo todo.”

“É nisso que eu acho que consiste o endemoniamento, Damien... não em guerras, como alguns tendem a crer; nem tanto assim; e muito raramente em intervenções extraordinárias como esta... a dessa menina... dessa pobre criança. Não, eu o encontro com mais frequência nas pequenas coisas, Damien, nas malevolências absurdas, mesquinhas; nos desentendimentos; na palavra cruel e mordaz que vem espontaneamente à língua entre amigos. Entre amante. Basta isso – murmurou Merrin – e não temos necessidade de que Satã organize nossas guerras. Destas, nós mesmos nos encarregamos... nós mesmos...”

“Quando se pensa em Deus, chega-se à conclusão de que, se ele existe, então com certeza precisa dormir um milhão de anos a cada noite, porque do contrário teria que ficar irritado. Entende o que quero dizer? Ele nunca abre a boca pra nada. Mas o diabo não pára de fazer propaganda, padre. O diabo faz comerciais à beça.”