As Brumas de Avalon: O Prisioneiro da Árvore - Marion Zimmer Bradley

"– Estúpidas tagarelas... ouça o que dizem! Será que nada mais fazem a não ser bisbilhotarem?
– Provavelmente não – debochou Morgause. – Seus maridos e pais cristãos certificam-se de que elas não tenham nada a ocupar suas mentes."

"Não acredito que os grandes iluminados, como Cristo, venham mais do que uma vez, depois de muitas vidas passadas adquirindo sabedoria, e então eles se vão para sempre na eternidade; mas creio que os divinos enviarão outros grandes mestres para pregarem a verdade à humanidade, e que a humanidade recebê-los-á sempre com a cruz, o fogo e as pedras."

"– Eles não esqueceram os Mistérios – ela interrompeu-o. – Eles os acharam muito difíceis. Eles querem um deus que tomará conta deles, que não exija que lutem pela iluminação, mas que os aceitará como são, com todos os seus pecados, e os livrará deles pelo arrependimento. Não é assim, jamais será assim, mas talvez esta seja a única maneira que os não-iluminados podem suportar pensar em seu Deus."

"Mas não lhe parece, primo, que sempre, neste mundo, o mal sempre usa a máscara do bem?"

"No dia que está por vir, os padres dirão à humanidade o que é bom e o que é mau, o que pensar, o que rezar, em que acreditar. Eu não posso ver o fim... talvez a  humanidade tenha que ter uma época de escuridão, para só assim tornar a conhecer a bênção da luz."

"Há padres ignorantes e gente ignorante, que estavam sempre prontos a acusar uma mulher de bruxaria se ela fosse apenas um pouco mais sábia do que eles eram!" 

"Todos aqueles que se fingem religiosos, pensou Morgause, só querem manter as fontes do poder em suas próprias mãos. Mas agora eu as tenho livremente, e por minhas próprias mãos, sem me limitar com juramentos sobre seus usos ou destinos."