A Publicidade é um Cadáver que nos Sorri - Oliviero Toscani

“A publicidade despende dezenas de milhares de dólares para mostrar uma estrela de cinema usando água de colônia que, na verdade, deseja vender às apaixonadas sem grana e às secretárias românticas do mundo inteiro. Tenta induzi-las em nome de um sonho burguês inacessível. A publicidade não vende produtos nem idéias, mas um modelo falsificado e hipnótico da felicidade.”

“É preciso seduzir o grande público com um modelo de existência cujo padrão exige uma renovação constante do guarda-roupa, dos móveis, televisão, carro, eletrodomésticos, brinquedos das crianças, todos os objetos do dia-a-dia. Mesmo que não sejam verdadeiramente úteis.”

“A publicidade oferece aos nosso desejos um universo subliminar que insinua que a juventude, a saúde, a virilidade, bem como a feminilidade, dependem daquilo que compramos.”

“Essa publicidade, feita para vender, na verdade o está comprando.”

“Todas as guerras terminam em cemitérios.”

“Dize-me o que te incomoda e te direi quem és.”

“Se você não se coloca em perigo, se não ousa ir na direção do desconhecido, não poderá senão recriar o que já existe, submeter-se aos lugares-comuns e aos hábitos.”

“Hoje em dia, o público acredita no que vê na televisão, nos telejornais, nos programas, nos anúncios. Aderem-se à verdade de uma imagem do jornal televisado, sem que se tenha assistido à ação diretamente. Tudo ganhou novas roupagens na montagem, foi transformado pelo enquadramento, acelerado, desacelerado.”

“É preciso parecer-se com o mundo de imagens dos anúncios para ver-se classificado dentro das normas sociais, reconhecido conforme, integrado, real.”

“A publicidade nos ensina como nos comportar na sociedade de consumo. (...) Essa formação se constitui, sem que o saibamos, de modo inconsciente, ela impõe seus critérios, sua normalidade, ela molda nossos gostos, nossos reflexos. Tornamo-nos todos filhos da publicidade.”